Manifestação em Vitória/ES reúne mais de 600 afetados em busca de reparação integral imediata
As ruas do centro de Vitória/ES foram tomadas nesta terça-feira (10) pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que reuniu mais de 600 pessoas para uma manifestação por justiça e reparação integral aos atingidos de Mariana, pelo crime da Samarco/Vale/BHP Billiton.
Ao longo do percurso que teve início na Rua Dom Bosco, no bairro Forte São João e terminou em frente ao Palácio Anchieta, Sede do Governo do Estado, no centro da capital capixaba, os manifestantes dialogaram com a população e pediram justiça. “Revida Mariana – justiça para limpar essa lama” campanha para dar voz aos atingidos foi lançada no Espírito Santo, estado que também foi extremamente atingido pelo mar de lama da Samarco.
Entre as atividades um ponto marcante foi o lançamento do Manifesto com mais de cem assinaturas de lideranças sindicais, populares, parlamentares e entidades do Brasil, Europa e continente Africano. São adesões que vão desde entidades ligadas à educação, à saúde, passando pelo Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Rede Eclesial Pan Amazônica (Repam Brasil), Greenpeace Brasil, até sindicatos ligados à CUT, CTB, MST e diversas entidades do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Moçambique e outros países.
Veja aqui quem assina o Manifesto: https://forms.gle/wxSrD5oPACZwvwq79
Segundo Heider Boza, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a campanha Revida Mariana visa dar voz aos atingidos e, ao mesmo tempo, dialogar com a sociedade sobre a necessidade urgente de justiça para limpar a lama das mineradoras. “Sem participação não haverá Repactuação. Estamos já preparando a próxima agenda que prevê acampamento e várias ações em Brasília, de 4 a 7 de novembro próximo”, destaca.
Quase 8 anos de impunidade
O crime cometido pela Samarco/Vale/BHP Billiton em Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015, atingiu o Rio Doce e o litoral capixaba, e está próximo a completar 8 anos. Os impactos destruidores da tragédia crime se estenderam além das fronteiras de Minas Gerais. Mais de 600 quilômetros foram percorridos pela lama ao longo da calha do Rio Doce. Dezenove áreas em municípios como Baixo Guandu, Colatina, São Mateus, Conceição da Barra, Aracruz e Serra foram alcançados, chegando ao mar em Regência, Linhares. Comerciantes, populações ribeirinhas, turistas, pescadores e milhares de pessoas sofreram as consequências desse crime.
O MAB se mobiliza em defesa da repactuação, indenizações justas, pela aprovação da Política Estadual dos Atingidos por Barragens (PEAB), da Política Nacional dos Atingidos por Barragens (PNAB) e espera que toda essa movimentação repercuta e sensibilize a justiça brasileira.
Em Londres, na justiça britânica, a ação movida pelo escritório internacional Pogust Goodhead que, que representa mais de 700 mil pessoas, cobra indenizações individuais em favor dos atingidos e tem previsão de julgamento para outubro de 2024. As indenizações podem chegar a R$ 230 bilhões.
Serviço | Jornada de Luta da Campanha Revida Mariana dos Atingidos por Barragens e manifestação
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Instagram: @mabminasgerais / @revida_mariana
Site: www.revidamariana.com.br.
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