Adolescente baleado na nuca em “brincadeira” por prima morre

Adolescente baleado na nuca em “brincadeira” por prima morre

De acordo com médicos do hospital Rio Doce, Danilo morreu de parada cardíaca após visita da família

Neste último domingo (16) o adolescente Danilo de Souza dos Santos Soares de 15 anos faleceu no hospital Rio Doce. Danilo fora baleado na nuca por sua prima, supostamente durante uma “brincadeira”, em um sítio na zona rural de Linhares, Norte do Espírito Santo, no dia 9 de março.

O adolescente estava internado desde o dia 9 de março em estado grave. Segundo relatos dos médicos, Danilo faleceu de parada cardíaca logo após uma visita de seus familiares.

Segundo o hospital, Danilo sofreu uma parada cardiorrespiratória antes mesmo da conclusão do procedimento de análise de morte cerebral. Havia uma avaliação em andamento sobre a possibilidade de doação de órgãos, que acabou comprometida devido ao falecimento do jovem antes da parada completa e irreversível de todas as funções cerebrais.

A prima dele, que não teve o nome divulgado pela polícia, de 25 anos, disse que o disparo foi acidental e que ela queria fazer uma “brincadeira” para acordar o jovem, mas o rifle teria atirado sem a moça apertar o gatilho.

A investigação do caso está sob a responsabilidade da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares. Inicialmente o caso foi tratado como uma tentativa de homicídio, porém, com a morte de Danilo, passou a ser apurado como homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar.

Em seu depoimento, a prima de Danilo declarou que a arma disparou sem que ela apertasse o gatilho, porém o delegado do caso assegurou que essa situação seria muito improvável. Contraditoriamente a autora do disparo foi liberada, uma vez que, segundo o delegado, as oitivas realizadas até então indicavam que o tiro foi acidental.

O advogado de defesa da suspeita de homicídio doloso disse que sua cliente está profundamente abalada com o ocorrido e que ela ”desde o primeiro momento, prestou socorro à vítima, forneceu todas as informações às autoridades e tem colaborado integralmente com as investigações”.

Complementou ainda dizendo “a mulher possui uma conduta ilibada, nunca esteve envolvida em qualquer situação similar e não possuía qualquer experiência no manuseio de armas de fogo. O caso segue em análise pela Justiça, onde a defesa demonstrará que se trata de uma trágica fatalidade, sem qualquer dolo ou intenção criminosa”.

O proprietário do rifle que ceifou a vida de Danilo, o namorado da prima da vítima, um homem de 24 anos que também não teve o nome revelado pela polícia, foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e liberado após o pagamento de fiança. O rifle calibre 22 e sete munições foram apreendidos.