Decreto cria área de preservação ambiental na Foz do Rio Doce

Área terá 45.417 hectares
O Brasil deu um passo significativo na preservação ambiental com a criação de novas Unidades de Conservação federais, destacando-se a Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce no Espírito Santo. Com uma área de 45.417 hectares, abrangendo Linhares e Aracruz, essa APA é um marco na proteção da biodiversidade e no desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis na região Norte do Estado.
A foz de um rio, ponto de encontro entre o rio e o oceano, é um ecossistema de vital importância, de alta biodiversidade e grande valor econômico. Essas regiões são berçários naturais, abrigando uma imensa variedade de espécies e fornecendo recursos essenciais para as comunidades locais.
A foz do Rio Doce exemplifica essa riqueza. Ela é um refúgio para 255 espécies de aves, 47 de anfíbios, 54 de répteis e 54 de mamíferos. Além disso, é crucial para a sobrevivência de espécies marinhas ameaçadas, como o mero, a toninha, a tartaruga-de-couro e a tartaruga-cabeçuda. Notavelmente, é a única área continental de desova regular da tartaruga-de-couro no Brasil, conferindo à APA um papel estratégico na preservação dessa espécie. Também conhecida como tartaruga gigante, sendo a maior do mundo, elas podem chegar a medir 1,90 metros de comprimento e pesar meia tonelada (500 kg). A proteção dessas áreas garante a manutenção dos ciclos naturais, a saúde dos ecossistemas e a sobrevivência de inúmeras formas de vida.
A preservação da foz de um rio vai além da fauna e flora; ela também sustenta a vida de comunidades tradicionais. A criação da APA da Foz do Rio Doce, por exemplo, faz parte de um acordo judicial para reparar os danos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), demonstrando um compromisso com a recuperação e o futuro da região.
Para Antônio de Pádua, analista ambiental do ICMBio, a APA permitirá uma governança da pesca na região, ordenando e mantendo as características artesanais.
“A criação da APA da Foz do Rio Doce, que complementa a já existente Reserva Biológica de Comboios, é um exemplo notável de como a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico podem caminhar juntos. Ao proteger esses ecossistemas vitais, garantimos não apenas a sobrevivência de espécies raras e ameaçadas, mas também o bem-estar e a subsistência das comunidades que dependem desses recursos”.
A gestão federal contará com a participação da comunidade local que incluirá comunidades quilombolas e pescadores. A ideia é assegura que as atividades econômicas, como a pesca, sejam realizadas de forma racional, garantindo a perenidade dos recursos e a sustentabilidade das comunidades locais, que incluem pescadores, povos tradicionais, indígenas e quilombolas.
Outra boa notícia é a possível instalação de um Instituto Federal de Educação focado na Economia do Mar. Esse instituto teria o papel de capacitar jovens para as profissões do futuro, incluindo aquelas relacionadas às atividades portuárias e à zona de processamento de exportação, o que pode impulsionar significativamente a economia local e estadual.
A criação da APA da Foz do Rio Doce, que complementa a já existente Reserva Biológica de Comboios, é um exemplo notável de como a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico caminham juntos. Ao proteger ecossistemas vitais, garantimos não apenas a sobrevivência de espécies raras e ameaçadas, mas também o bem-estar e a subsistência das comunidades que dependem desses recursos.

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